sexta-feira, 24 de maio de 2013

HUME E O BIG DATA



HUME E O BIG DATA: ALGUMAS INDAGAÇÕES INTRODUTÓRIAS
Boanerges Cezário



RESUMO: o Big Data pensado e construído pela comunidade tecnológica traz a necessidade de revisitar conceitos e matrizes de pensamento que remontam ao pensamento Humeano. Refletir sobre Hume no mundo de hoje ainda é um marco norteador, pois até hoje há controvérsias sobre o inatismo e empirismo no mundo filosófico. A realidade do mundo caótico da internet vai muito além da aparência e da sensibilidade.

PALAVRAS CHAVE: Big Data. Hume. Inatismo. internet.Empirismo. Algoritmo

Breve introdução

O Grande filósofo empirista, o escocês David Hume, declarou certa vez que "O costume é, pois, o grande guia da vida humana. É o único princípio que torna útil nossa experiência e nos faz esperar, no futuro, uma série de eventos semelhantes aqueles que apareceram no passado" (COTRIM, p153, 2006).

Então, vejo esta semana que o tema instantâneo (pois na net é assim, tudo é rápido e hiperboliza em horas ou dias), ilustrado até na Revista Veja de 15.05.2014, é o BIG DATA.

Hoje em dia, há uma verdadeira explosão de dados trafegando na rede mundial, que engloba uma gama variada de assuntos. Coisas aparentemente inúteis a assuntos ligados a segurança mundial.

O BIG DATA é o que define esse conjunto de dados e informações que produzimos e inserimos no mundo digital.

Por incrível que pareça, não estamos falando em dados com certezas de planejamento, mas do caos, os chamados "dados não estruturados" (Veja, p. 72, mai, 2013).

A visão do momento é que a não estruturação, ou o que pensamos que seja, é valiosa, pois com as necessárias associações algorítmicas o que é ou foi considerado lixo pode ser útil e explicar, por exemplo, um perfil de um cliente que "vai às compras" na net, mas não as finaliza. Incrível, não?

Dados trafegando na internet, reunindo um conjunto de variados, alimentados por um usuário, que procure coisas aparentemente inúteis a assuntos pessoais, o Big Data realizaria suas conexões para delinear um aparente perfil daquele indivíduo.

Não quero adentrar na Metodologia da Ciência contemporânea ou mesmo partir para a discussão sobre o anarquismo epistemológico como queria Feyerabend.

Quero não ir muito longe, pois inoportuno no momento analisar a metafísica desde seus princípios em face da pequena extensão desse trabalho.

Queria sim provocar, e já estou provocando, uma leitura proposital sobre algumas conclusões efetivadas por David Hume, como se vivo estivesse, diante de uma análise sobre o fenômeno BIG DATA.

O escocês empirisita e cético, Hume, analisando apontamentos de sua teoria do conhecimento, mostrou "...
que o sujeito do conhecimento opera associando sensações, percepções e impressões recebidas pelos órgãos dos sentidos e retidas na memória. As ideias nada mais são do que hábitos mentais de associação de impressões semelhantes ou de impressões sucessivas.( CHAUI, p.204,2012).
Faço as seguintes perguntas:

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